segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Procura-se um novo clássico

O que faz um filme ser clássico? Não deve ser a falta de cores. Muito menos o estilo. Mas me pergunto, a cada sessão de cinema... Quando assistiremos ao próximo clássico do cinema?

Aceito qualquer gênero. Com qualquer ator ou atriz. Procuro um filme que marcará a geração atual. Um filme que nossos filhos imaginarão que seus pais tiveram a oportunidade de ver no cinema. 

O que faz um clássico? Será a grandiosidade de uma produção como "Titanic"? Bilheterias arrebatadoras como "Homem-Aranha"? Adaptações de clássicos literários como "O Senhor dos Anéis? Talvez seja a mudança de ritmo... Afinal de contas, Jason Bourne jamais seria Jason Bourne como o conhecemos, se suas aventuras fossem rodadas nos anos 50. O novo James Bond está aí para comprovar as mudanças radicais no personagem em 40 anos de série. Basta aproveitar a tecnologia dos DVDs e assistir em sequência "O Satânico Dr. No" e "Cassino Royale". Ou porque "Wall-e", um filme que tentou com todas as forças recriar a atmosfera clássica do cinemão hollywoodiano, causou tantos bocejos no público geral?

Sim. Talvez a resposta seja de fato a mudança de ritmo. A velocidade da cultura ao redor da sala de exibição... Talvez seja esta a explicação dos retornos dos personagens clássicos como Indiana Jones parecerem tão fora de tom. Talvez por isso, o Coringa lunático e medonho de Heath Ledger seja a nova definição de "vilão". E talvez por isso, Forrest Gump - o último personagem clássico - tenha perdido tanto espaço em meio aos tiroteios, perseguições de carros e lutas coreografadas. Não que eu vire a cara (pelo contrário), mas de vez em quando, é sempre bom, alcançar a prateleira no alto e rever a ingenuidade do maior papel de Tom Hanks mudar a cara da história americana.

Portanto digo: Procura-se desesperadamente um Forrest Gump. Um personagem que em meio a tanta barulheira consiga desmantelar (por acidente e insônia) um esquema de corrupção do governo, que possa ensinar ícones da música a rebolarem e que tenham um amor sincero, perdido pela explosão de uma geração. Encontrem este personagem. E ele já estará inserido em uma história arrebatadora. E provavelmente, se a cultura ao redor da sala de exibição permitir, encontraremos o próximo clássico. 

E para você, estimado leitor: O que faz um filme ser clássico?


2 comentários:

Anônimo disse...

O que faz um filme ser clássico é o quanto fala sobre ele em um período de tempo indeterminado. É fácil falar de um filme que lançou recentemente, que todo mundo da aquela atenção pq a mídia não para de falar nele. O clássico é aquele filme atemporal. Em qualquer roda de discussão, independente de quanto tempo foi lançado, ele torna-se assunto, são reconstruídas cenas em detalhes entre os participantes da conversa, a trilha quando se ouve, se imagina cenas que nunca morrerão na história do cinema. Mas não vamos ser desesperançosos, existem clássicos contemporâneos tão bons quanto os antigo.

Unknown disse...

Ah sim, Rafael... Com certeza existem muitos novos clássicos... Eu por exemplo já listo um de cabeça: Wall-E para mim é um filme que se enquadra em tudo o que eu busco para considerar um clássico: Um personagem marcante, uma história atemporal, mas que demonstre muito da loinha de raciocínio da época em que foi produzido. Mas acima de tudo, um filme que consiga conversar simultaneamente com um amplo número de culturas e com inúmeras gerações. Um filme que certamente apresentarei para meus filhos como um clássico da minha época, junto a pérolas como o citado "Forrest Gump" e "Uma Cilada Para Roger Rabbit". A intenção do post foi justamente instigar dentro de cada leitor o que ele acredita que um filme deve ter para se considerar um clássico.