sexta-feira, 27 de junho de 2014

Peguei para ver: Elysium

Elysium
(EUA, 2013)
Dir.: Neill Blomkamp
Com Matt Damon, Jodie Foster, Wagner Moura, Alice Braga
1h41min - Ficção Científica/Ação


O futuro, no cinema - e nas séries de TV, porque não? - é sempre muito curioso. Tudo ganha proporções extrapoladas, com razão, em qualquer que seja o gênero do filme.

E quando se fala do futuro no cinema, essa extrapolação proporciona ao espectador, uma forma de compartilhar preocupações do mundo real sob a ótica da ilusão e do entretenimento. Especialmente quando não há propaganda, há apenas a contextualização.

Se há um diretor com uma veia política latente, como o caso de Neill Blomkamp (diretor de Distrito 9), essa contextualização fica ainda mais tátil e me arrisca a dizer, crível.

Em Elysium, a sociedade se dividiu. Os mais abastados, vivem numa estação espacial, onde conseguem se regenerar e viver a promessa de uma vida sem preocupações. Quem não pode viver lá, mora num planeta devastado, que é o caso de Max Da Costa (Matt Damon), um operário que sofre um acidente de trabalho e que irá precisar ir para Elysium para poder se curar.

Psiu... Fica quieto aí cara!
E falando em futuro apocalíptico, Elysium consegue entregar um conceito muito interessante. Muito do que se imaginou para a trama é crível. Porém, para quem esperava um discurso político afiado sobre a diferença de classes, provavelmente irá se desapontar. Ainda que grande parte do material publicitário do filme vendesse isso. O filme toma alguns desvios e prefere focar mais em ação do que em discussão. Não é necessariamente um erro, se primarmos pela veia da diversão, uma vez que o estabelecimento de heróis e vilões é bem claro e que a classe social dos personagens acaba por ser determinante nesse estabelecimento.

Quando falamos de trama, o filme desliza. Talvez personagens mais ambiciosos encurtariam a necessidade de tanto acaso para que o plano funcione corretamente. Ou ainda a tomada de certas decisões agilizaria todo o mais, transformando tudo em algo mais dinâmico. 

Quando foca na ação, o filme triunfa. Em especial quando avança para a segunda metade. Tudo muito bem orquestrado, apesar do excesso de slow motion. E um bom antagonista para o personagem de Matt Damon ajuda bastante, mas não é o suficiente para reforçar o time de antagonistas, liderados por uma Jodie Foster engessada demais.

O futuro, no cinema, definitivamente, já foi melhor desenvolvido. A sensação que fica é que Elysium falou bastante e falou de forma satisfatória. Mas não será lembrado por muitos, quando o futuro realmente chegar.

Nota: 6/10